O secretário da Saúde, Osmar Terra, e o consultor do Grupo Mãe de Deus, Edemar Paula da Costa, apresentaram hoje no final da tarde um plano de recuperação para a Santa Casa de Misericórdia de Santana do Livramento para um grupo de funcionários da instituição. Depois de uma reunião de trabalho entre representantes da secretaria, Mãe de Deus, provedoria, Câmara Municipal e Delegacia Regional da Saúde, Osmar Terra comunicou aos 27 servidores da Santa Casa que vieram a Porto Alegre que já existe uma solução para reabrir o hospital: o Estado deve destinar R$ 1,8 milhão para obras de reforma e instalação de novas unidades, como uma ala pediátrica e uma UTI tipo II.
O governo estadual também vai ampliar o seu contrato de R$ 300 para R$ 400 mil ao mês com a Santa Casa e que dos cerca de 350 trabalhadores atualmente lotados no local, os que forem demitidos poderão ser absorvidos pela instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento na cidade, que deve estar em funcionamento antes do inverno, segundo o secretário, e no Salvar SAMU, cujas ambulâncias devem ser entregues ainda este mês. O prefeito Wainer Machado afirmou que a verba para o pagamento de prestação de serviços da instituição deve passar dos atuais R$ 240 mil para R$ 420 mil mensais.
Os trabalhadores, que vieram a Porto Alegre, surpreendendo as autoridades, reunidas para apresentação do diagnóstico realizado pelo Grupo Mãe de Deus na Santa Casa de Misericórdia, fizeram um apelo ao secretário de que seja feito um adiantamento nos recursos para viabilizar o pagamento do salário de dezembro, metade do 13º e férias coletivas, “foi a ansiedade que produziu a nossa vinda à Capital”, observou o presidente do Sindisaúde da cidade, José Paulo da Silva. A secretária-geral do Sindicato, Ângela Fernandes, afirmou que os funcionários “se convidaram para o encontro porque é a Nossa Santa Casa. São os nossos empregos. É a nossa vida”. Ela admitiu que se os trabalhadores tiverem que ser demitidos, eles aceitarão a situação, mas “sairão de lá com dignidade porque a Santa Casa precisa de ajuda”.
O secretário-executivo da FEESSERS - Federação dos Trabalhadores em Saúde do Estado do RS, Emerson Pacheco, salientou que, pela primeira vez, esta se vendo algo de concreto para a reabertura do hospital que está deixando uma população de mais de 90 mil pessoas sem assistência médica e sobrecarregando os hospitais da região. “O IBGE vai estranhar, quando fizer um novo censo e constatar que não nasceram cidadãos santanenses por um período, observou, lembrando que os partos estão sendo feitos em Rivera, no Uruguai, ou em outros municípios”.
Ainda, segundo o secretário estadual da Saúde, o hospital deve reabrir por etapas, de acordo com a conclusão das melhorias apontadas pelo CREMERS e pelo diagnóstico. Na próxima quarta-feira, dia 20, deve ocorrer à primeira reunião entre a Prefeitura, provedoria, Câmara Municipal, sindicatos e conselhos representativos dos trabalhadores da saúde, Ministério Público do Trabalho e outras entidades envolvidas com o destino da instituição, que sofreu intervenção médica em outubro e fechou suas portas em dezembro de 2009.
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