sábado, 6 de fevereiro de 2010

Breve histórico dos 65 anos do SINDISAÚDE-RS


Breve histórico dos 65 anos do SINDISAÚDE-RS


1)           Fundação do SINDISAÚDE-RS

O SINDISAÚDE-RS foi fundado em 31 de janeiro de 1945. Praticamente nada se tem da história do sindicato da época de sua fundação. O pouco que há foi resgatado junto à antiga sócia Terezinha Ruberth, do Complexo Hospitalar Santa Casa, que forneceu algumas informações com base nas poucas fotos encontradas na entidade após o ano de 1998.

1.1)       História

25/02/1945
– Inauguração do Departamento Cultural do SINDISAÚDE-RS, realizado na Sede do Sindicato, na rua dos Andradas, em Porto Alegre;

10/04/1948
– Reunião do departamento Cultural do SINDISAÚDE-RS, com a realização de uma Conferência com a presença do Professor Paulo Louzada;

1959
– Baile da Rainha do SINDISAÚDE-RS;

1960
– Posse da nova direção do sindicato realizada no Sindicato dos Metalúrgicos de Porto alegre, escolha da Rainha do SINDISAÚDE-RS e realização de Seminários voltados à área de enfermagem;

1961
– Baile da Rainha do SINDISAÚDE-RS e começam os registros de assembléias da categoria;

1964
– Por causa do Golpe Militar todos os sindicatos de âmbito nacional e estadual sofrem intervenção. Durante a  DITADURA MILITAR, o SINDISAÚDE-RS passou a ser comandado por uma Junta Governativa e desta época não há registros fotográficos e pouca documentação,  uma página em branco da história do sindicato;

1983
– Surge o “Movimento Emergência”, com integrantes dos hospitais do Grupo Conceição, HCPA e Instituto de Cardiologia. Este movimento reivindicava uma luta mais forte pelos direitos dos trabalhadores da saúde, democratização e eleições sindicais.


1988
– Greve no Grupo Hospitalar Conceição, com 30 dias de duração, organizada pelos trabalhadores. Participaram unidos os médicos, enfermeiros, farmacêuticos, auxiliares de enfermagem, higienização, nutrição, manutenção, administrativos entre outros trabalhadores da saúde. A paralisação foi radical e organizada, não comprometendo a vida dos pacientes internados e garantindo o atendimento de urgência à população. 

A luta principal era pela reposição da URP nos salários dos funcionários. Esta greve foi julgada ilegal e mesmo assim os trabalhadores não recuaram e permaneceram unidos. Houve a invasão da polícia de choque em todos os cantos dos quatro hospitais do GHC, com o objetivo de coibir o movimento grevista. 

Foram realizadas passeatas de protesto contra o Governo Federal em conjunto com os metroviários, ferroviários, aeroviários e bancários e concentração final na Esquina Democrática de Porto Alegre.

O resultado foi a intervenção do Grupo Conceição, pelo Sr. Osmar Terra, com demissões de 144 trabalhadores por justa causa em primeira instância, posteriormente foram revertidas para demissões normais com a promulgação da Constituição Brasileira em outubro daquele ano. O SINDISAÚDE-RS  serviu, então, para a realização das homologações de contratos;

1989
– Conhecida como a “Era Mara Menegon” – Nesse ano retornam os registros após a Abertura Política do País e permanece a administração da Junta Governativa, com a permanência de Eni Bahia, sendo que no final deste ano foi realizada eleições sindicais no SINDISAUDE-RS.

Ao mesmo tempo, permanece a prática de demissões a trabalhadores que se manifestavam contrários as posições da direção do Sindicato. Ainda neste ano, com  o resultado das eleições, assume Mara Menegon na presidência do SINDISAUDE-RS. Permanecendo tempos difíceis para a categoria no nível sindical de construção e realização de organização da base. As práticas de demissões nas empresas filantrópicas e particulares de trabalhadores que se manifestavam contrários à direção do Sindicato ou ainda o poder serviu para mover processos contra trabalhadores que disputavam eleições em chapas de oposição. Esta política sindical permanece até o ano de 1998.

1996
– Em março/abril deste ano, em Assembléia Geral da Campanha Salarial , a então presidenta Mara Menegon, sentindo-se coagida com a presença maciça de trabalhadores do Hospital de Clínicas e Grupo Conceição, deu por encerrada a assembléia posto que estava sendo contrariada em seus interesses. 

Sendo que o Vice-presidente, Pedro da Luz, garante a continuidade da Assembléia por ela ser soberana, o restante da direção se retirou juntamente com Mara Menegon, assume então, para secretariar os trabalhos Heliege Wivianne de Azeredo Missel De Nardi. 

Neste ano, encabeçado pelas Associações dos Hospitais de Clínicas e Conceição e  PUC – ASHCLIN, ASERGHC e ASEHUP, respectivamente, deu-se início a reuniões, que originaram o Movimento de Oposição à direção do Sindicato. No mesmo ano, em meados de junho/julho, reunindo as demais associações dos Hospitais de Porto Alegre e CUT, esclarecendo as dificuldades impetradas pela ditadura de Mara Menegon a toda a categoria, obtivemos o apoio da CUT/RS ao Movimento. A FEESSERS, entra com apoio ainda neste ano.

1997
– A FEESSERS em seu Congresso, realizado na Colônia de férias do Sindicato dos metalúrgicos em cidreira filia-se a CUT. Mara Menegon move ação judicial, para tentar anular a validade do Congresso. Neste Congresso, os membros do movimento de oposição estiveram presentes e nele também foi retirado apoio ao Movimento de Oposição de todos os Sindisaúde’s presentes.

1998
– Foram necessários três anos de reuniões semanais do Movimento de Oposição. As eleições do SINDISAÚDE-RS ocorreram em setembro, foi necessário muita luta, organização, determinação e união para que a chapa vitoriosa fosse a MUDA SINDISAÚDE-RS, o Movimento de Oposição buscou e convidou para ser presidente a Srª Marilene Schlee.

O sindicato passa então a realizar um trabalho voltado aos interesses da categoria. Já no início de gestão se depararam com os trabalhadores do Hospital Nossa Senhora das Graças de Canoas sem pagamento de salários e fechando as portas para o atendimento da comunidade canoense.

Inicia a luta pela reabertura do hospital com reuniões nas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde em conjunto com os Ministérios Públicos do Trabalho e Federal, além de denúncias nos Conselhos Municipal e Estadual de Saúde. O hospital foi reaberto após as reformas necessárias para a viabilização. Iniciam também reuniões com todos os segmentos representativos, unindo jurídicos, MPT, MPF,SES,SMS, CES, CMS, COSMAN/CMV-POA e COSMAN/AL-RS com o objetivo de viabilizar o Hospital Vila Nova.

  
2)            Organização

2.1)       Composição da direção do SINDISAÚDE-RS

A Direção do SINDISAÚDE-RS é composta por 24 diretores distribuídos da seguinte forma:

  • Diretoria Executiva :                                              12 componentes
  • Suplentes de Diretoria:                                         06 componentes
  • Conselho Fiscal:                                                    03componentes
  • Suplentes do conselho Fiscal:                            03 componentes
  • Representantes Junto a Federação:                  02 componentes
  • Supl. Representantes Junto a Federação:       02 componentes


2.2)       Nominata da Atual da Direção - sendo que o presidente está em sua gestão porque foi reeleito em outubro de 2007 e deverá permanecer no cargo até outubro de 2010.

Diretoria Executiva:
Presidente: João Roberto Menezes
Vice-Presidente: Ricardo Souza Martins
Secretária Geral: Vilma Fernandes Ribeiro
Tesoureira: Maria Luisa Dornelles Alves
Diretor Jurídico: Gilmar França
Diretor de Imprensa e Divulgação: Rudinei Ribeiro da Silva
Diretor de Formação Sindical – Gilnei Rachinhas Borges
Diretor de Esporte, Cultura, Lazer e Saúde do Trabalhador: Albino Ferreira da Silva
Diretor de Assuntos do Interior: Edson Clatino de Souza
Diretor de Assuntos de Gênero, Raça e Diversidade Sexual: Maria Geneci Macedo da Silveira
Diretor de Patrimônio: Júlio César Duarte
Diretor da Saúde do Trabalhador: Alair Rosineti


2.3) Forma de Administração das lutas

A gestão funciona com decisões tomadas em reuniões e as tarefas são distribuídas para a execução do grupo. As reuniões de planejamento ocorrem todas as segundas-feiras, com os diretores liberados e todos os demais que queiram participar.

A direção do SINDISAÚDE-RS, tem participado nos Conselhos Municipais de Saúde de Porto Alegre, Guaíba e Canoas; do Conselho Estadual de Saúde; Mesa Negocial Estadual do SUS; 1º Conselho Regional de Saúde.
Temos um diretor na diretoria da CUT/RS, para fazer o elo entre o sindicato e a Central Sindical.

Nas campanhas salariais a demanda de trabalho aumenta e então além dos diretores, são liberados os delegados sindicais, que há duas campanhas estão sendo eleitos como Comissão de Negociação, representando seus hospitais na mesa de negociação com o patronal.


3)           Base Territorial de Atuação do SINDISAÚDE-RS

O SINDISAÚDE-RS, tem em sua base em torno de 205 municípios distribuídos em todo o estado do Rio Grande do Sul, ao qual estão mapeados por regiões.

  • Região de Porto Alegre;
  • Região Grande Porto Alegre e Vale dos Sinos
  • Região Litoral;
  • Região Sul;
  • Região Planalto e Serra Gaúcha;
  • Região Centro, Vale do Taquari e Rio Pardo;
  • Região Noroeste;
  • Região da Fronteira e Missões.

4)            Sindicalizados na Base

São considerados pertencentes a o SINDISAUDE-RS, todos os técnicos, auxiliares e atendentes de Enfermagem, Nutrição, técnicos de nível médio que não possuam sindicato próprio, vigilantes, profissionais de higienização, administrativo, recepção, manutenção. Profissionais que atuam em clínicas veterinárias e petshop’s também são considerados pertencentes a categoria por lidarem com vidas. O SINDISAÚDE-RS possui hoje 9.708 sócios e representa mais de 40 mil trabalhadores da base. O seu jornal informativo “Emergência”, atualmente de 8 páginas tamanho tablóide a cores, já está em sua 72ª edição.

Além da sede própria, localizada à rua João Guimarães, 37, no Bairro Santa Cecília, o sindicato possui uma Clínica Odontológica, também em prédio próprio, na rua Vicente da Fontoura e, ainda, uma Colônia de Férias para os sócios na praia de Oásis, com 39 apartamentos.  


Trabalho de Pesquisa e elaboração do texto: 
Heliege Wivianne de Azeredo Missel De Nardi






Dir. Secretária de Comunicação, Imprensa e Divulgação



2 comentários:

Anônimo disse...
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marcojacui disse...

As dificuldades em se recuperar a história do SINDISAÚDE-RS são decorrentes de fatores macro-políticos e sociais que estão fora da alçada de atuação das últimas quatro gestões. A intervenção da Ditadura Militar e a ausência de recursos de mídia, como este blog, explicam em parte esta lacuna.

O trabalho da diretora Heliege é louvável e de muito valor pois acrescenta dados importantes e os organiza de forma coerente.

Um trabalho de fôlego maior está sendo desenvolvido com esforço de mais diretores e assessorias para escrever uma história o mais detalhada possível.

O certo é que com os recursos atuais a história do SINDISAÚDE-RS está sendo escrita por seus próprios diretores em suas diversas mídias de divulgação e mobilização.

Temos o registro de cada ação com data, horário, local e imagens. O cotidiano de nossa luta poderá ser conhecido pelas gerações futuras a um toque de teclado ou mouse.

Certamente seremos lembrados por ações como as da Heliege e não por críticos da obra pronta que não tem muito a apresentar, mas que sempre se colocam como especialistas para julgar o que é feito.

O fato é que destes só restarão o registro das críticas, que sim ajudam, mas não podem construir nada sozinhas. Aos críticos é necessário que se juntem os que tem coragem de agir.

Parabéns Heliege e convido a todos os que tiverem mais dados para acrescentarem suas palavras a este importante esforço de resgate da historiografia do SINDISAÚDE-RS.

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