A proposta de transformar os abrigos em serviço público ganhou espaço nos programas dos candidatos Tarso Genro (PT) e José Fogaça (PMDB), mas nenhum deles diz como pretende fazer isso. Nem quanto pode custar a promessa. Mas, de acordo com levantamento realizado junto à Federação das Associações de Municípios (Famurs), poderia custar muito. Um cálculo indica uma despesa mensal de R$ 490 mil para manter estruturas de hospedagem para pacientes e acompanhantes. Por ano, isso significa quase R$ 6 milhões. É um terço do que o governo gasta anualmente com o Programa Primeira Infância Melhor (PIM), que acompanha semanalmente o desenvolvimento de cerca de 90 mil crianças gaúchas, em suas casas. O custo dos abrigos apresentado acima é um valor mínimo, apenas de manutenção.
A conta final dependeria de gastos com construção ou adaptação de prédios para montar o sistema mais as despesas com funcionários públicos, que, normalmente, representam a maior fatia dos custos. Segundo a Famurs, cerca de 23 mil pessoas se deslocam toda semana pelo Estado em busca de tratamentos de saúde. Dessas, pelo menos uma em cada quatro deveria pernoitar nos locais onde realiza tratamento para evitar viagens desgastantes. Criados para receber esse público, os abrigos de deputados estão fechados para afastar suspeitas de captação ilícita de votos.
Assim, pessoas como dona Zélia Kiniphoff têm seu calvário aumentado. Ela saiu às 4h da sexta-feira de Progresso, em companhia do filho Astor, para fazer um Raio X no Hospital São Lucas, distante 168 quilômetros de sua casa. Se pudesse, ficava em Porto Alegre no fim de semana porque tem consulta na segunda-feira com o especialista. Quando tiver de fazer a cirurgia, vai criar um problema para o filho.
A conta final dependeria de gastos com construção ou adaptação de prédios para montar o sistema mais as despesas com funcionários públicos, que, normalmente, representam a maior fatia dos custos. Segundo a Famurs, cerca de 23 mil pessoas se deslocam toda semana pelo Estado em busca de tratamentos de saúde. Dessas, pelo menos uma em cada quatro deveria pernoitar nos locais onde realiza tratamento para evitar viagens desgastantes. Criados para receber esse público, os abrigos de deputados estão fechados para afastar suspeitas de captação ilícita de votos.
Assim, pessoas como dona Zélia Kiniphoff têm seu calvário aumentado. Ela saiu às 4h da sexta-feira de Progresso, em companhia do filho Astor, para fazer um Raio X no Hospital São Lucas, distante 168 quilômetros de sua casa. Se pudesse, ficava em Porto Alegre no fim de semana porque tem consulta na segunda-feira com o especialista. Quando tiver de fazer a cirurgia, vai criar um problema para o filho.
— Não podemos depender de hotel. Acho que ele vai se ajeitar no corredor mesmo — lamenta dona Zélia. Depois do exame, dona Zélia e o filho esperaram cinco horas no pátio do hospital antes de voltar. A van deles carregava outras 13 pessoas.
— Somos favoráveis à criação de albergues públicos, desde que o Estado pague a conta. As prefeituras não têm como assumir mais nada — avisa o presidente da Famurs, Vilmar Zanchin. Para a Famurs, responsabilidade é do Estado A parceria com os municípios na criação dos albergues gera resistências na Famurs. Segundo o presidente da entidade, Vilmar Zanchin, as prefeituras não têm condições de arcar com mais um custo relacionado à saúde.
O dirigente disse que as prefeituras já investem em média 22% do orçamento municipal, além de bancarem o transporte de pacientes para centros urbanos que oferecem tratamentos especializados. Só com esse item, segundo o dirigente, a despesa é alta: em média, cada paciente custa R$ 95,21 por mês aos cofres municipais. Depois que os albergues fecharam, o movimento de vans e ônibus em busca de atendimento dobrou nas estradas do Estado, afirma Zanchin. Secretário defende convênios.
Para o secretário estadual da Justiça e do Desenvolvimento Social, Fernando Schüler, a criação de uma estrutura estatal de abrigo para pacientes não seria a solução mais eficiente. Uma das soluções possíveis, diz Schüler, seria repassar recursos do SUS às prefeituras para que os gestores se encarregassem de garantir a hospedagem, seja realizando convênios com entidades filantrópicas, seja comprando vagas em albergues privados.
Para o secretário estadual da Justiça e do Desenvolvimento Social, Fernando Schüler, a criação de uma estrutura estatal de abrigo para pacientes não seria a solução mais eficiente. Uma das soluções possíveis, diz Schüler, seria repassar recursos do SUS às prefeituras para que os gestores se encarregassem de garantir a hospedagem, seja realizando convênios com entidades filantrópicas, seja comprando vagas em albergues privados.
— Está provado que é mais eficiente conveniar do que investir em estruturas próprias — afirma o secretário.
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