Na tarde da sexta-feira, 24 de setembro, os trabalhadores do Hospital Santa Casa de Misericórdia de Sant’Ana do Livramento (RS) marcaram definitivamente o território conquistado com muita luta em defesa da permanência da instituição.
Uma rocha colocada no interior da Praça Oriovaldo Greceller, em frente ao hospital, recebeu uma placa para marcar o local - berço das mais importantes lutas dos trabalhadores do hospital Santanense. Ela ficará marcada e guardada para sempre como símbolo de um dos períodos mais tenebrosos da cidade.
O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde (Sindisaúde Livramento) inaugurou o monumento com a intenção de não deixar cair no esquecimento o tempo de luta dos trabalhadores que tiveram a coragem de manifestar os primeiros sinais da crise, ainda antes do fechamento da Santa Casa de Misericórdia (em 2009, o Hospital esteve cinco meses fechado e neste período demitiu 106 trabalhadores dos 350 que faziam parte do seu quadro).
“Essa é uma luta de muitos anos, uma crise que aqui se instalou fez com que esses trabalhadores se unissem em prol da saúde. Uma luta incessante que é perpetuada nesta data através da inauguração de uma placa, uma parte importante da história da luta desta categoria em prol dos seus direitos e da saúde da população”, observou José Paulo da Silva, presidente do Sindisaúde.
Desde 2002, a praça em frente à Santa Casa foi palco de uma luta em que, apoiados pelo Sindicato, os funcionários da instituição realizaram greves, assembléias, reuniões e mobilizações em conjunto com outras entidades da sociedade civil organizada de Sant´Ana do Livramento e do Estado do RS.
O presidente do Sindisaúde também enfatizou que a colocação da placa foi necessária para perpetuar o espírito de luta da categoria “a fim de que as futuras gerações possam entender o real significado de todo o esforço empreendido até aqui.”
A placa, intitulada “Marco de Luta da Comunidade em Defesa da Santa Casa de Misericórdia” foi inaugurada numa solenidade que contou com as presenças do prefeito Wainer Machado, do ex-prefeito Guilherme Bassedas Costa, do presidente da FEESSERS, Milton Kempfer, do administrador da Santa Casa, Luis Antonio de Vargas Cheuiche, de funcionários do hospital e sindicalistas de outras categorias, do MST, Conselho Estadual de Saúde, Conselho Municipal de Saúde, entidades médicas e Sindisaúdes filiados da região Fronteira Oeste.
A maioria dos pronunciamentos foi marcada pelo sentimento de que a população da cidade deve muito “a esse grupo de heróis da resistência. Sem eles, a Santa Casa de Misericórdia teria deixado de existir.”, finalizou José Paulo da Silva.
Sindisaúde Sant`Ana do Livramento
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