segunda-feira, 3 de setembro de 2012

FANTASTICO MOSTRA O CRIME, MAS NÃO APONTA SOLUÇÃO


Uma matéria do FANTASTICO deste domingo (02 de setembro de 2012), mostrou que, em alguns estados brasileiros as organizações sociais e clínicas particulares, conveniadas ao SUS  fazem desvios milionários na saúde, inclusive farmácias populares que recebem recursos sem distribuir os remédios para  a população.
Pena que a grande mídia sempre fale dos problemas, mas nunca aponte as causas e tão pouco dê solução, como se fossem crimes isolados, fruto de seres humanos desonestos que burlam uma política bem gerenciada.
Na verdade o SUS – melhor sistema de saúde do mundo, como já afirmamos diversas vezes tem princípios basilares, justos e humanizadores – Equidade, Gratuidade, Integralidade, Igualdade, mas seu financiamento é feito de forma inversa aos princípios da assistência, paga-se melhor por procedimentos de alta-complexidade, usa-se tabelas e produtividade para remunerar os prestadores privados que deveriam ser complementares ao público sendo inverso, o publico é que complementa o privado.
Desta forma abren-se brechas para pessoas gananciosas e de má índole, que tem interesse apenas em ganhar dinheiro e não o de prestar bons serviços para a população, promovem todo tipo de fraude (inventam serviços, desviam equipamentos e medicamentos, super-faturam contratos, sub-contratam funcionários, terceirizam serviços).
Isso só vai acabar quando os governantes resolverem remunerar os prestadores de serviços do SUS conforme seus orçamentos pré-elaborados, apresentando receitas e despesas, submetendo esses orçamentos aos legislativos e aos conselhos de saúde e depois recebendo conforme seus gastos e de acordo com os serviços necessários a população.
Infelizmente o ser humano, no sistema capitalista, onde o que conta é o ter e não o ser, tendo oportunidade de construir patrimônio privado, não se importa em desviar recursos, até da saúde, mesmo sabendo que os recursos são limitados e cada centavo roubado é uma vida que se perde, por isso o único jeito de moralizar é colocando cadeado na porta, ou seja pagando pelo gasto com o serviço comprovadamente prestado.
Essa é a nossa luta.
Milton Francisco Kempfer - Diretor-Presidente da FEESSERS

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