Uma matéria do FANTASTICO deste domingo (02 de setembro de 2012), mostrou que,
em alguns estados brasileiros as organizações sociais e clínicas particulares,
conveniadas ao SUS fazem desvios milionários
na saúde, inclusive farmácias populares que recebem recursos sem distribuir os
remédios para a população.
Pena que a grande mídia sempre fale dos problemas, mas nunca aponte as
causas e tão pouco dê solução, como se fossem crimes isolados, fruto de seres
humanos desonestos que burlam uma política bem gerenciada.
Na verdade o SUS – melhor sistema de saúde do mundo, como já afirmamos
diversas vezes tem princípios basilares, justos e humanizadores – Equidade,
Gratuidade, Integralidade, Igualdade, mas seu financiamento é feito de forma
inversa aos princípios da assistência, paga-se melhor por procedimentos de
alta-complexidade, usa-se tabelas e produtividade para remunerar os prestadores
privados que deveriam ser complementares ao público sendo inverso, o publico é
que complementa o privado.
Desta forma abren-se brechas para pessoas gananciosas e de má índole, que
tem interesse apenas em ganhar dinheiro e não o de prestar bons serviços para a
população, promovem todo tipo de fraude (inventam serviços, desviam
equipamentos e medicamentos, super-faturam contratos, sub-contratam funcionários,
terceirizam serviços).
Isso só vai acabar quando os governantes resolverem remunerar os prestadores
de serviços do SUS conforme seus orçamentos pré-elaborados, apresentando
receitas e despesas, submetendo esses orçamentos aos legislativos e aos conselhos
de saúde e depois recebendo conforme seus gastos e de acordo com os serviços
necessários a população.
Infelizmente o ser humano, no sistema capitalista, onde o que conta é o ter
e não o ser, tendo oportunidade de construir patrimônio privado, não se importa
em desviar recursos, até da saúde, mesmo sabendo que os recursos são limitados
e cada centavo roubado é uma vida que se perde, por isso o único jeito de moralizar
é colocando cadeado na porta, ou seja pagando pelo gasto com o serviço
comprovadamente prestado.
Essa é a nossa luta.
Milton Francisco Kempfer - Diretor-Presidente da FEESSERS
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