As direções da FEESSERS e do SINDISAÚDE de Santiago
compareceram no dia 1º de Agosto a reunião na Câmara de Vereadores para tratar
sobre o Hospital de Caridade na presença de nove dos 13 vereadores da Casa.
Solicitado pela vereadora Iara Chagas Castiel, o
encontro teve o objetivo de colocar à disposição do Legislativo os depoimentos
dos dirigentes sobre os constantes assédios morais sofridos pelos funcionários
do hospital. A vereadora proponente disse conhecer a realidade por meio de
ações na justiça contra o hospital e os vereadores Sérgio do Amaral e Miguel
Bianchini também revelaram conhecer a pressão sofrida pelos trabalhadores.
Sérgio Amaral questionou a lista de 300 assinaturas
de funcionários apresentada pelo diretor do hospital, Ruderson Mesquita, dizendo
que José Airton Clérice não os representava uma vez que a chapa encabeçada por
ele venceu as eleições com 68% dos votos.
Para o presidente da FEESSERS, Milton Kempfer, elas
são a maior prova do assédio sofrido pelos trabalhadores. “Devem ter sido
constrangidos a assinar”, observou.
Ele afirmou que, apesar de experiente, ficou
chocado ao ver duas funcionárias chorando ao relatar os constrangimentos
sofridos. O dirigente pediu que as pessoas responsáveis pela cidade, com cargo
político ou não, para ajudar a preservar a saúde física e emocional das
mulheres – 80 % da força de trabalho da casa – para melhorar o ambiente dentro
do Hospital de Caridade.
Ele também chamou a atenção sobre o sistema de
câmaras de monitoramento da instituição que intimidam e constrangem os
funcionários.
Milton também expôs a preocupação da entidade sobre
a inexistência de um conselho gestor que consta do estatuto da instituição,
onde a Câmara teria assento. Afirmou que a Federação é parceira dos hospitais
filantrópicos e que nada tem contra o Hospital de Caridade, mas estranha que a
instituição esteja fazendo altos investimentos enquanto se nega em reajustar os
salários dos funcionários, alegando não ter recursos para tanto.
O secretário geral da FESSEERS, Emerson Pacheco,
disse que os investi mentos não são parâmetro: “Lembro o caso da ULBRA, que
também vínhamos alertando há muito tempo, enquanto a Universidade alardeava
grandes aquisições e deu no que deu.”
O presidente do Sindicato, José Airton Fungheto
Clerice e a diretora da entidade, Rossana Nascimento de Souza, que são técnicos
de enfermagem na casa, falaram sobre o clima vivido no seu ambiente de trabalho.
Chorando, Rossana, contou a perseguição
e as ameaças sofridos – nos corredores do hospital e em sua casa - desde que
passou a integrar a chapa que concorreu e venceu as eleições. Ela está afastada
do trabalho para tratamento com anti-depressivos e medicações para dormir. “Não
tenho condições emocionais no momento de fazer o que mais amo, que é cuidar das
pessoas, não posso exercer meu trabalho”, afirmou.
Milton Kempfer revelou ainda que além
dos baixos salários os trabalhadores têm descontos de uma Associação de
Funcionários que não existe e não tem sede e de um plano de saúde cuja
carta-contrato não aparece, explicando o seu alcance e benefícios.
Para o presidente da Federação, é
preciso ser investigado também o desaparecimento dos recursos do pagamento de
uma ação trabalhista datada de 1991 de 14 milhões de cruzeiros ao SINDISAÚDE,
cujos beneficiários nunca receberam os recursos.
A vereadora Iara Castiel vai pedir a instalação de
uma Comissão Especial Temporária para analisar a destinação das verbas do
município destinadas ao hospital e a lotação de funcionários do mesmo eu
estariam trabalhando na rede pública do município. Ela diz que a “verdadeira
caixa preta” que é o hospital precisa ser aberta.
Rosa Pitsch (MTb
5015)
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