segunda-feira, 22 de novembro de 2010

MOBILIZAÇÃO DOS TRABALHADORES DA SAÚDE DE PASSO FUNDO

Funcionários dos hospitais de Passo Fundo fizeram mobilização na última sexta-feira, 19. Eles ficaram acampados na praça Antonino Xavier, em frente ao Hospital da Cidade. Os trabalhadores reclamam que há oito anos não é feito acordo coletivo para melhorar a jornada de trabalho, nem os salários. Eles querem reajuste salarial de 8% e diminuição da carga horária trabalhada para 36 horas semanais, além de adicional noturno de 45% até o final da jornada.

No dia anterior à mobilização, quinta-feira 18, representantes do Sindicato dos Empregadores em Estabelecimentos de Serviços de Saúde de Passo Fundo e Região (Sindisaúde) se reuniram em Assembléia Geral Extraordinária para definir as exigências da categoria.

A presidente do Sindisaúde, Terezinha Perissinotto, auxiliar de enfermagem aposentada, afirma que não há regulamentação para a jornada de trabalho praticada. “É preciso fazer uma convenção com o sindicato patronal para legalizar a que já é exercida e melhorar as condições dos trabalhadores.” diz.

A categoria é composta de todos que trabalham nos hospitais, que são desde auxiliares e técnicos de enfermagem, pessoal da higienização, da copa, lavanderia, cozinha, guardas, serviços gerais até funcionários dos escritórios e da contabilidade. “Só não pertence à nossa categoria o pessoal de nível superior, que são os médicos, enfermeiros, fisioterapeuta, bioquímico, pois eles têm sindicato próprio. Eu diria que 80% do pessoal que trabalha no hospital pertence ao Sindisaúde”, destaca.

Eles pleiteiam para o pessoal do turno da noite uma jornada de 12 horas de trabalho por 36 de descanso, com duas folgas mensais, ou seja, se hoje eles trabalham numa semana um total de 48 horas e na outra 36 horas, com as duas folgas semanais a jornada de trabalho passaria a ser de 36 horas todas as semanas. Além disso, a categoria requer que o adicional noturno de 45%, que é pago para quem faz expediente à noite, seja pago até o final do expediente, que termina às 7h. “Eles só pagam adicional referente ao horário que vai das 22h às 5h, mas há uma decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que obriga o pagamento até final do plantão”, diz.

Os trabalhadores diurnos fazem seis horas, além de um plantão de 12 horas, o que dá um total de 44 horas semanais. O pleito é de que seja retirado esse plantão e a jornada seja de 36 horas.

Já os trabalhadores da higienização e serviços gerais trabalham quatro vezes por semana uma jornada de seis horas e duas vezes por semana fazem plantão, um de oito e outro de 12 horas, totalizando 44 horas semanais. Para eles a proposta é de que a carga horária total fique em 36 horas.

Teresinha argumenta que essa redução é necessária por causa do tipo de trabalho que é muito desgastante. “Nós precisamos dar folga para esse pessoal, porque do jeito que está é desumano, o trabalho é muito extenuante. Os profissionais precisam estar bem para poder atender os doentes que precisam de cuidados da melhor forma. Se eles estão exaustos, como dar um atendimento adequado, de qualidade?” questiona.

O resumo da proposta de negociação que os representantes do Sindisaúde elaboraram foi enviado ao Sindicato dos hospitais beneficentes, religiosos e filantrópicos do Rio Grande do Sul (Sindiberf). A assessora jurídica do sindicato patronal, Cristiane Paim, informou que já foi convocada uma assembléia extraordinária entre os empregadores e que o edital de convocação já foi publicado em um jornal de grande circulação de Porto Alegre. A categoria ainda não tem uma posição quanto às propostas dos empregados, mas as negociações serão feitas na próxima sexta-feira, dia 26, às 9h, no Centro de Apoio do Hospital São Vicente de Paulo, em Passo Fundo.

A mobilização continua durante a próxima semana, segunda e terça-feira na Praça Tamandaré, próxima ao Hospital São Vicente de Paulo.

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