

É preciso sempre, em uma análise da conjuntura, identificar elementos que dialogam com a área, no caso a saúde. O comentário do assessor jurídico da CNTS, José Pinto da Mota Filho remontou à criação do SUS – Sistema Único de Saúde, implantado em 1988. Para ele, o embrião precursor deste modelo foi a AIS – Ações Integradas de Saúde.
Mas o principal ponto de reflexão de Zé Pinto, como é conhecido, é a atual desconstrução da mão de obra dos trabalhadores em saúde, que sequer conquistaram até os dias de hoje o piso salarial da categoria. Este entre outros fatores, como a falta de condições de trabalho, geram a vulnerabilidade dos trabalhadores, assegura ele.
Para o assessor jurídico da CNTS, a forma mais correta de lutar pelos direitos trabalhistas é a unificação com diferentes categorias. Na essência, todas as requisições nesta área são iguais.
Ao fazer uma análise conjuntural, o secretário-geral da entidade, Valdirlei Castagna, avaliou que seria importante que o os trabalhadores da saúde conseguissem realizar uma negociação nacional, a exemplo do que os bancários já alcançaram. Segundo ele, os contrastes entre as regiões dentro do estado são grandes e entre as diversas regiões do país o contraste é imenso. “A necessidade mais premente é de que a categoria valorize o seu próprio trabalho. Estamos em um período de pleno emprego no RS e esta é a hora de sermos enxergados de outra maneira. Não é possível que se ganhe 0.13% de aumento real, enquanto outras categorias ganhem 8 a 9%”.
Para falar sobre as A representante do Semapi – Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do RS, Denise Campos, explicou o papel dos trabalhadores celetistas que a entidade representa nas entidades governamentais. De acordo com ela, eles trabalham na Fundação Zoobotânica, na FASE, Faders, Ascar/Emater, UERGS e na EPTC. “Representamos todos os trabalhadores: professores, médicos, psicólogos e outros profissionais que atuam nestes segmentos”.
Segundo Denise, quando elas foram criadas, eram grandes cabides de emprego. Depois, passou a ser exigido concurso público. “Ao longo do tempo, tivemos uma série de incoerências e crises de identidade, mas respeitamos o serviço público e devemos unificar as nossas lutas, pois o primeiro “round”, perdemos agora em março com a demissão dos contratados pela Fugast”.
Em sua explanação, a presidente da CNTSS afirmou que a CNTSS é contra a eleição do ministro Alexandre Padilha para presidir o Conselho Nacional da Saúde. “Ele não pode se posicionar contra ele mesmo. A sua escolha vai ser uma incoerência”.
Maria Aparecida Faria disse que os trabalhadores da saúde é que sabem como é o atendimento do setor uma vez que estão lá na ponta, “nos mais longínquos lugares”, atendendo a população. É por isto que eles têm que participar dos debates que envolvem o setor, assim como do ajuste da Previdência Social, “que o governo faz de conta que discute com a sociedade e com as centrais sindicais”.
“Precisamos saber como está a discussão do controle social sobre a saúde no país e estabelecer metas. É um absurdo, por exemplo, que quem possua convênio médico, tenha isenção no Importo de Renda.” A dirigente foi enfática também ao dizer que o setor privado encara a medicina com lucro e o setor público, como gasto. “Saúde não é gasto, é investimento.”
Rosa Pitsch (MTb-5015)
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