quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Boicote de médicos a planos de saúde vai afetar 3,2 milhões de pessoas em SP


Getty Images

Mais de 3,2 milhões de usuários de planos de saúde no Estado de São Paulo devem ser afetados pela paralisação do atendimento médico, marcado para começar no dia 1º de setembro. Isso representa 18% dos clientes dessas operadoras no Estado, de acordo com a Comissão Estadual de Mobilização Médica para a Saúde Suplementar. 

Essas pessoas são clientes de 12 planos de saúde que, de acordo com os médicos, se negam a negociar com os profissionais, em questões como o valor recebido pelas consultas e a interferência das empresas no atendimento.
Serão afetados os clientes dos planos e das empresas Ameplan, Assefaz, Cetesb, CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), Green Line, Intermédica, Mediservice, Notredame, Porto Seguro, Prosaude, Vale e Volkswagen.

A paralisação vai acontecer em esquema de rodízio, com cada especialidade médica parando por até três dias durante um determinado período (veja a tabela no fim do texto).

Os primeiros a parar serão os ginecologistas e os obstetras, que vão interromper o atendimento entre os dias 1º e 3 de setembro – nesse período, não serão realizadas consultas eletivas (marcadas com antecedência) para as clientes desses planos. 

As consultas e os procedimentos marcados para os dias em que os médicos estiverem parados devem ser remarcados. Procedimentos de emergência devem ser realizados normalmente. 

Jorge Carlos Machado Curi, presidente da Associação Paulista de Medicina, afirma que esse sistema de paralisações vai funcionar por tempo indeterminado, até que os planos aceitem negociar. 

De acordo com a comissão, hoje os médicos de São Paulo recebem, em média, de R$ 25 a R$ 35 reais por consulta médica. O objetivo dos profissionais é que esse valor suba gradualmente para R$ 80 – entre os planos que aceitaram negociar ou já fecharam um novo acordo, o valor subiu para a faixa entre R$ 50 e R$ 60 neste ano. 

Renato Azevedo, presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina), classificou a atitude dos médicos como “extrema e desesperada”. Ele disse que o mau pagamento dos médicos também prejudica os pacientes. 

- Imagina a situação do cliente, que paga caro, às vezes mais de R$ 1.000, pelo plano de saúde e sabe que o médico que o atende recebe R$ 25 pela consulta.

A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar), que representa planos de saúde, afirmou que não vai se pronunciar sobre os dados divulgados hoje. No começo de julho, o órgão afirmou que “suas afiliadas estão entre as operadoras que melhor remuneram os médicos” e que está participando das negociações com os médicos.
A Abramge (Associação Brasileira de Medicina de Grupo) não se pronunciou sobre o assunto. 


Veja abaixo o cronograma de paralisação dos médicos: 1º a 3 de setembro – Ginecologia e obstetrícia 8 a 10 de setembro – Otorrinolaringologia 14 a 16 de setembro – Pediatria 19 a 20 de setembro – Ortopedia e traumatologia 21 a 23 de setembro – Pneumologia e Tisiologia 28 a 30 de setembro – Cirurgia plástica

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