quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Governo Estadual sinaliza proposta para os hospitais filantrópicos













Durante a audiência pública realizada ontem (09/08) na sede da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em Porto Alegre, em prol do Movimento SOS Hospitais Filantrópico, que visa um aporte financeiro do governo do Estado de R$ 100 milhões para suprir de forma emergencial a crise vivenciada pelo setor, o representante do governo, o secretário estadual da saúde, Ciro Simoni, comunicou que está agendada para a próxima segunda-feira, dia 15, às 14h, uma reunião no Palácio Piratini, onde o governo pretende apresentar uma proposta para os hospitais filantrópicos.

Simoni destacou que o governo está mobilizado com a situação crítica desses hospitais, e disposto a buscar soluções diante da eminente possibilidade de algumas instituições fecharem as portas. “Sabemos que o Rio Grande do Sul é o Estado que menos investe em saúde há muito tempo. E estamos dispostos, até o final do mandato, conseguir repassar o percentual de 12%, e de pronto, a fazer um esforço dentro do orçamento”, afirmou.

Segundo o presidente do Sindicato dos Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos do RS, Júlio Matos, sete milhões e meio de gaúchos dependem do atendimento SUS no Estado, e é de responsabilidade do governo subsidiar este serviço. Também enfatizou que o aporte emergencial solicitado será para o custeio dos atendimentos de média e baixa complexidade.

De acordo com Matos, “todos os hospitais que prestam este tipo de atendimento têm significativos prejuízos”. Salientou que das 730 mil internações SUS efetuadas em 2010, 519 mil foram efetuadas pelos hospitais filantrópicos, o que ocasionou um prejuízo de 310 milhões para o segmento.

Para o presidente do SINDISAÚDE-RS, Gilmar França, as expressivas demissões que vem ocorrendo sucessivamente neste segmento, reflete integralmente a dimensão da crise enfrentada. Conforme o dirigente, somente em 12 hospitais filantrópicos da capital e região metropolitana, já ocorreram mais de 849 demissões em decorrência dos baixos salários e da sobrecarga de trabalho.

França também advertiu, que de acordo com o retorno dado pela base governista, não está descartada uma paralisação pelos hospitais Parque Belém, Vila Nova e Beneficência Portuguesa.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Saúde (FEESSERS), Milton Kempfer, afirmou ser fundamental a criação de orçamentos condizentes com a realidade dos hospitais filantrópicos pelo governo. Destacou ainda, que a prioridade nos investimentos deve ser nas instituições já existentes, e que “a saúde tem que deixar de ser tratada como uma mercadoria e plataforma de campanha política”.

Em consenso das entidades que apóiam o movimento, o segmento filantrópico não pode ser tratado como atendimento complementar, já que responde por 70% das internações pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, os 239 hospitais filantrópicos disponibilizam 18 mil leitos públicos nos 220 municípios que atendem.

Evandra Jacques (MTb-14.979)

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