quarta-feira, 18 de julho de 2012

ARTIGO EM ZERO HORA; Um fundo único para a saúde, por MILTON KEMPFER*


18 de julho de 2012 | N° 17134
ARTIGOS

Um fundo único para a saúde, por MILTON KEMPFER*

A Constituição de 1988, no capítulo da saúde, previdência e dos direitos e garantias individuais e coletivas para a assistência na saúde, colocou todos os brasileiros em pé de igualdade.
A forma de financiamento do SUS, no entanto, não segue os mesmos princípios. Enquanto alguns têm menos de R$ 1 por dia para o seu acolhimento, outros podem atingir patamares bem superiores. Isso ocorre graças à falta de um fundo único de saúde e ao sistema de financiamento.
Por outro lado, foram definidos na lei percentuais mínimos para municípios e Estados, que possuem diferenças enormes em suas receitas. Assim, se uma pessoa mora em um município pequeno, que tenha uma receita per capita grande e onde os recursos sejam bem aplicados, seu atendimento será privilegiado.
No entanto, se o cidadão morar em uma grande metrópole, mas com receita per capita inferior, a sua situação é a que vivemos hoje na capital gaúcha: de completo caos na saúde pública.
Outro ponto a ser considerado é o que se verifica na rede básica de saúde, que em alguns municípios tem custos elevadíssimos, enquanto que em outros simplesmente inexiste.
Em termos práticos, um município ou Estado que aplique os valores mínimos fixados em lei nem sempre terá um atendimento adequado.
Por isso, defendemos a implantação de um fundo único, onde os municípios, Estados, a União e até os planos de saúde depositassem os percentuais mínimos constitucionais e os recursos de suas receitas. Com a medida, entendemos que estará mais próxima a universalidade, integralidade e equidade do SUS.
Mas a equação ainda não será resolutiva enquanto houver outras discrepâncias distributivas, que levarem em conta barganhas políticas em vez de critérios técnicos, como as emendas parlamentares.
Por tudo isso, temos a convicção que não vamos conseguir acabar com os aglomerados das emergências e com as filas dos atendimentos de média e alta complexidade sem resolver o básico: trazendo a igualdade para a distribuição de recursos.

*PRESIDENTE DA FEESSERS – FEDERAÇÃO DOS EMPREGADOS EM ESTABELECIMENTOS E SERVIÇOS DE SAÚDE DO RS

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