Nossos governantes das três
esferas (federal, estadual e municipal) e os parlamentares (políticos em
geral), fazem o discurso do aumento de Postos de Saúde, ESF e agora as UPAS,
dizendo que são investimentos em prevenção de doenças, até podemos concordar
que isso diminui os agravos e evita muitas internações, mas daí dizer que isso
é prevenção de doenças é forçar a barra.
As doenças humanas e animais
ocorrem em conseqüência da influencia
dos ataques de agentes nocivos no meio ambiente (poluição, contaminação
(bactérias e vírus), raios-solares, barulho, excesso de jornada de trabalho,
estresse, acidentes, violência, drogas, acumulo de lixo) conseqüentemente a única forma de
prevenir doenças é melhorando o meio ambiente diminuindo os fatores de riscos.
Menos poluição, menos
agrotóxicos, menos veículos circulando, menos barulho, redução de jornada,
limpeza e proteção dos rios, saneamento básico, isso tudo é possível ?
Sim é possível desde que os
governantes possam propor para a sociedade uma nova forma de desenvolvimento, menos
consumismo e mais proteção ambiental. Ao invés de reduzir IPI dos automóveis,
usar os impostos sobre os automóveis e investir esses recursos em transporte
coletivo, ao invés de estimular a alta produtividade das lavouras de soja e
milho ás custas de toneladas de agrotóxico, incentivar a agricultura familiar e os produtos
orgânicos, ao invés de construir um posto de saúde para cada 2,5 mil
habitantes, garantir tratamento dos degetos fecais e lixo, segurança alimentar
e de integridade física para todos os cidadãos. Fazer reforma agrária, colocar
na grade curricular das escolas disciplinas que contemplem desenvolvimento
sustentável com proteção da vida e da
bio-diversidade.
Não queremos dizer com isso que
não devemos ter postos de saúde e hospitais, estes instrumentos de acolhimento aos doentes
são imprescindíveis, mas talvez esteja na hora de mudarmos o discurso, se os
brasileiros gastam em media R$ 150,00 reais mês com medicamentos algo esta
errado, se os moradores das cidades gastam o dobro dos moradores do campo em
medicamentos duas razões podem estar ocorrendo, ou a vida na cidade adoece
mais, ou a proximidade das farmácias é um atrativo ao consumismo.
Milton Francisco Kempfer –
Diretor-Presidente da FEESSERS
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