sábado, 10 de outubro de 2009

Decisão Judicial 2: O relato








A pouco tempo atrás nós, dirigentes do Sindisaúde-RS, fomos surpreendidos com uma decisão judicial que obrigava 42 trabalhadores do Hospital Livramento, de Guaiba, a não mais trabalharem no hospital, pois encerrava os serviços no setor da maternidade. Bela decisão. As mães gravidas agora tem que realizarem seus partos em Porto Alegre, por outro lado 42 trabalhadores(as)ficaram sem poder sustentar suas famílias.

Pergunto: Está decisão Judicial atendeu ao interesse de quem???????????????????????????

Na quarta-feira passada, 7/10/2009, por volta das 16hrs em Santo António da Patrulha quando me preparava para dar uma entrevista na radio ITAPUI, juntamente com o companheiro Ricardo Vieira, tambem diretor do SINDISAÚDE-RS, fomos informados pelos trabalhadores do hospital que havia chegado um oficial de justiça juntamente com a Brigada Militar para retirar 163 trabalhadores da saúde para fora do hospital que no momento se encontrava com 45 pacientes internados.

Ao chegarmos ao hospital o clima era assustador pacientes nos corredores agarrados aos funcionários, chorando. Vários trabalhadores dispostos a resistir e não se retirar do hospital.

Apesar da raiva e da indignação em ter que presenciar aquelas imagens e cenas, numa negociação com o oficial de justiça, Srº RENATO MARTINS FALEIRO, que durou em torno de uma hora e envolveu também o MINISTÉRIO PUBLICO DO TRABALHO, decidimos deixar para trás 45 pacientes deitados em seus leitos e que precisavam de cuidados, para cumprir a absurda decisão. Alguns deles, com graves doenças psiquiatricas, começaram a entrar em surto psicótico.

Por volta das 18hs já estávamos todos reunidos na praça em frente a porta do hospital. Muitos taxistas ( há um ponto de táxi em frente ao hospital) e moradores, inclusive alunos de um colégio próximo, vieram nos prestar solidadariedade. A todos eles aproveito o momento para agradecer em meu nome e de todos os funcionarios daquele hospital. Mas por incrível que pareça a dor aumentava e a indignação também. Hoje eu tenho certeza que e muito perigoso andar armado.

O olhar de espanto, dor, e tristeza daqueles trabalhadores jamais me sairá da memoria. Apesar de não ser um profissional da imagem, vejam algumas as fotos feiitas por nosso diretor Ricardo Vieira. Elas não mentem apenas registram o momento.

Aproveito para lembrar os moradores de Santo António da Patrulha que apesar de toda a vergonha que o executivo (PREFEITO) fez os moradores da cidade passar, justamente nas comemorações dos 200 anos, nem tudo está perdido. A Câmara de Vereadores evitou um desastre maior.
Obrigado Vereador MIRO,
Obrigado Vereador TADEU,
Obrigado Vereador CANTIDIO,
Obrigado Vereador ADELINO,
Obrigado Vereador BACANA,
Obrigado Vereadora MARGARETE;
Vocês honraram o voto e o mandado que a população desta cidade colocou nas suas mãos. Vale a pena lutar e acreditar.

Saúde: Nossa categoria quer justiça!

2 comentários:

milton kempfer disse...

Talvez um dia judiciario venha a ser um órgão para fazer justiça,esta longe de ser, já presenciamos várias decisões parecidas como a de Santo Antonio da Patrulha. Tupanciretã, Uruguaiana, etc... O judiciario, composto por juízes, desembargadores e oficiais de justiça é órgão contemporizador, evita que as pessoas se matem, dedide por um lado, ou pelo outro, sem levar em conta o justo, apenas a decisão que vai apaziguar o conflito. Vale lembrar o caso do Sem Terra assassinado, temos que lembrar que a Brigada (que teve erro de comando) estava lá,por que um Juiz, sem avaliar as consequênias mandou retirar os Sem-Terra de uma Propriedade Privada.

FEESSERS - Federação dos Empregados em Estabelicimentos de Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul disse...

O judiciario deveria ser, mas não consegue, um órgão para fazer justiça. Essa situação de Santo Antonio da Patrulha, já vivida por mim e demais Dirigentes da Saúde em outras cidades, Tupanciretã, Uruguaiana, etc...,nos dão a exata noção do papel do judiciario,ou seja, decidir um conflito, sem levar em conta a justiça,mas levando em conta qual decisão resolve a situação. Vale lembrar aqui a morte do sem terra pela Brigada (que teve erro de comando) se não fosse uma ordem judicial de retirada, medida de proteção a propriedade privada, não teria acontecido. Quando tiver que decidir, o judiciario não protege a vida, não pensa no que é justo, pensa em resolver, doa a quem doer,pricipalmente se doer a parte mais fraca que são os cidadãos comuns, agora se for doer para algum figurão, hum ...

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