terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Em Cerro Branco, Hospital é interditado pela Prefeitura

Na noite de segunda, 04/02, a sede da Câmara Municipal de Vereadores de Cerro Branco ficou lotada para o debate que deverá definir o futuro do Hospital Sílvio Scopel. Além dos vereadores e da comunidade, foram convidados a participar o atual secretário da Saúde, Ezequiel Gustavo Diehl (Zeca); a presidente do Sindicato da Saúde de Cachoeira do Sul, Lorena Rosso de Vargas; o diretor presidente da Federação dos Empregados do Rio Grande do Sul, Milton Francisco Kempfer; e Rui Aldo Schoeffel, ex-presidente da casa de saúde.
Pelo fato de a política ter sido a tônica das discussões envolvendo a entidade, além de os colaboradores do Hospital estarem com três meses de salário em atraso (bem como o décimo-terceiro), pode-se dizer que os ânimos estavam exaltados. O presidente da Câmara, Luiz Piassini, fez a abertura dos trabalhos, passando a palavra para Zeca, que relatou o envio para Câmara do projeto prevendo o repasse de R$ 15 mil para o hospital nos meses de janeiro e fevereiro, repasse que ainda precisa de aprovação dos vereadores. Zeca iniciou sua participação ressaltando que acompanhava o evento na condição de cidadão, e não de secretário, pelo fato de considerar "improcedente" a sua convocação para abordar o caso no Legislativo.

ENTENDA O CASO - Em julho de 2012, um grupo de pessoas de fora do município de Cerro Branco assumiu a direção do Hospital Sílvio Scopel. Entre as promessas, constavam a assinatura de contratos, a ampliação do hospital para funcionamento em âmbito regional, além de condições para realização de exames como ultrassonografias, endoscopias, entre outros exames complexos. Conforme consta em ata, Rui Aldo Schoeffel deixou o cargo de presidente e retirou-se da constituição da nova diretoria. A situação se arrastou e em dezembro o grupo deixou Cerro Branco. Rui Aldo Schoeffel, ex-presidente do hospital, preocupado com a situação e principalmente com os funcionários, que há meses não recebiam seus salários, passou a gerir novamente a entidade, mesmo sem embasamento legal, chegando, inclusive, a assinar cheques para o pagamento de médicos e funcionários.
EM JANEIRO DE 2013 - A Prefeitura encaminhou projeto para a Câmara prevendo repasse de R$ 15 mil para a instituição, tendo como presidente Schoeffel. Este foi o principal questionamento feito pelos vereadores, alegando que este repasse seria ilegal, em função de Rui não estar mais na presidência.
OCORRÊNCIA - O abandono do grupo rendeu um registro feito na Delegacia de Polícia no dia 31 de janeiro, comunicando que a diretoria que constava em ata teria abandonado os cargos sem dar satisfações.
O FINAL DO DEBATE - Mediante muitos questionamentos e argumentações, o debate foi concluído com a definição de que no dia 5 de fevereiro a Prefeitura requisitaria os bens e serviços do Sílvio Scopel e nomearia uma comissão provisória para conduzir o funcionamento da entidade. A intervenção foi decretada pelo prazo de 180 dias com o objetivo de buscar soluções para amenizar a crise no hospital.
A Câmara de Vereadores deverá se reunir em regime de emergência para aprovar os dois projetos que autorizarão a Prefeitura a repassar R$ 98.500,00 para o hospital. Serão duas parcelas de R$ 15 mil de auxílio ao hospital, e também serão pagos R$ 68.500 (em parcelas de R$ 35.500,00 e de R$ 33 mil) pelos plantões médicos.


Quem integra o caso

Representantes da Prefeitura
- Leandro Bredow - Jadir Vieira de Melo - Alessandra Plautz
Representantes da Câmara de Vereadores
- Leandro Edgar Jorge - Paulo Unfer
Representante da Sociedade
- Rui Aldo Schoeffel
Representante dos médicos
Ricardo Lorenz
Representante do Conselho Municipal de Saúde
- Olibio Arnoldo Priebe
Representante dos funcionários do Hospital
- Valmírio Valério Züge
Representante do Comércio e da Indústria
- Flávio Glasenapp
Representante do setor contábil
- Luciano Plautz
OS PASSOS DA COMISSÃO - Os nomeados terão 180 dias para fazerem um levantamento da situação financeira e estrutural do hospital. Caso a situação se normalize antes, poderá ser convocada uma assembleia para formar uma nova diretoria para gerir a entidade.

Fonte: Folha de Candelária

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