por Niela Bittencourt
Folha do Sul
O tesoureiro do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos de Saúde de Bagé, Rafael Menezes, disse que, ontem pela manhã, procurou o vice-prefeito, Carlos Alberto Fico, para conversar sobre a situação dos trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Os servidores estão em greve desde a última segunda-feira, e que, desde então, apenas uma ambulância atende a comunidade. Uma reunião ocorreu. Porém, tratou-se, conforme o vice-prefeito e o sindicalista, de um encontro informal. Nada foi definido, até porque tanto a secretária de Saúde, Aura Stella Pereira, quanto o prefeito Dudu Colombo não estão na cidade – o líder do Executivo só retorna amanhã.
Fico informou para a reportagem, por telefone, que, por enquanto, só há “uma conversação”. Ele não afirmou, porém também não negou que uma proposta só será feita para a categoria quando o prefeito retornar para a cidade. É importante destacar que a reportagem soube do encontro e buscou acompanhar e fotografar o grupo, no Centro Administrativo. No entanto, fora informada que se tratava de uma reunião informal e que os sindicalistas não concordavam em ser fotografados.
Contudo, também por telefone, Menezes disse que foi o vice-prefeito que preferiu não atender o pedido da imprensa, justamente pela informalidade defendida. Aliás, Menezes ponderou que foi nesse momento, diante de tal resposta, que os sindicalistas souberam que nada seria definido ali. “Não puderam adiantar nada, nem garantir nada”, comentou.
Ponto cortado
A única certeza apresentada, de acordo com ele, foi de que os grevistas terão seus pontos cortados. Isso teria sido informado pelo prefeito em exercício. Mesmo diante desse fato novo, a categoria manterá a greve e continuará atendendo chamadas de extrema urgência.
Ainda sobre o encontro, teria pedido ao vice uma garantia de que há vontade, por parte do Executivo, de atender as demandas grevistas. Esse compromisso deveria ser por escrito. “Estamos tentando resolver o quanto antes”, acrescentou. Desde segunda-feira, apenas uma ambulância está atuando. Contudo, diante de urgência, os servidores deixam a mobilização para trabalhar. “Decidimos que não vamos mudar isso mesmo com o corte do ponto”, destacou. De acordo com ele, no primeiro dia de greve, vários atendimentos ocorreram e mais de uma ambulância foi deslocada. “Não queremos deixar a população desprovida, mas também nos prejudicamos, porque a greve não está sendo levada a sério”, finalizou.
O vice-prefeito, por sua vez, finalizou informando que “a rede está funcionando tranquilamente – não há percalço maior”. Os agentes comunitários de saúde também mantêm a greve, desde a semana passada: são 90 trabalhadores mobilizados. Já os trabalhadores da saúde coletiva, conforme o presidente do sindicato, Nelson Lima Gonçalves, mobilizaram mais de 100 funcionários no segundo dia de greve. As greves na Saúde são decorrentes das demissões que ocorreram na Santa Casa de Bagé – trabalhadores atuavam por meio de convênio entre a Prefeitura e a casa hospitalar. Aqueles que decidiram parar atuam na rede por meio de outro convênio, entre Prefeitura e Universidade da Região da Campanha. Essas demissões ainda não começaram.
Entre as reivindicações dos grevistas, como, por exemplo, do Sindisaúde (trabalhadores do SAMU), está a de que as demissões só ocorram após concurso público para substituição do efetivo. Querem, assim, a retirada do projeto de lei que prevê a contratação temporária, por regime estatutário, de todos os demitidos. Já os trabalhadores da saúde coletiva pedem a mudança desse regime de contratação: a ideia é assegurar direitos trabalhistas, por contratação pelo regime celetista. Gonçalves diz que não procurará o Município para negociar, que aguarda um chamamento para início de negociações.
Blog da FEESSERS - Federação dos Empregados em Estabelecimentos e Serviços de Saúde do Rio Grande do Sul. Foi Fundada em 25 de Maio de 1975. Representa cerca de 100.000 trabalhadores da saúde no Estado. É filiada a Central Única dos Trabalhadores - CUT.
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